Assim como qualquer consulta médica, a consulta psiquiátrica consiste em esclarecer dúvidas, orientar, educar sobre o problema em questão, diagnosticar, propor um plano de tratamento e, por fim, realizar um acompanhamento durante esse processo. O ato de conversar com seu médico, expor seus problemas e sentir-se acolhido, tem por si só, já um importante efeito terapêutico. A intervenção em psiquiatria, para além de se alicerçar na relação médico doente, possui outras armas terapêuticas como a prescrição de medicação, psicoeducação, psicoterapia e mesmo a sugestão de outras terapias ou técnicos, como psicólogos ou terapeutas familiares, que possam contribuir no seu tratamento. É normal ter receios e reservas… Boa parte dos pacientes chega-me com alguma reserva e no decorrer da consulta, vão percebendo que existe uma explicação médica para seus sintomas e que existe tratamento para as suas queixas. Isso faz com que, cada vez mais, se perceba a Psiquiatria como realmente é, uma especialidade médica.
As informações que os doentes partilham comigo, nunca serão de forma alguma, partilhadas com os seus familiares ou outras pessoas, sem autorização do doente. O conteúdo das consultas é estritamente confidencial. Eu não sou mais um amigo da família, mas sim um técnico que pretende intervir e ajudar, com proximidade mas sempre mantendo a ética e a deontologia inerentes à prática médica.
Acompanhantes são bem vindos, especialmente se puderem contribuir com informações que auxiliem na investigação clínica. Não existe uma regra, mas geralmente é o próprio paciente quem define se a sua consulta irá decorrer com ou sem acompanhante.
Apesar de a consulta psiquiátrica ser mais extensa do que a média das consultas médicas, podendo ter uma duração de cerca de 45 minutos, o tempo costuma passar rápido e para o aproveitarmos ao máximo, a consulta será sempre organizada consoante as necessidades de cada indivíduo.