Anorexia nervosa perturbação do comportamento alimentar, que inclui restrição voluntária do consumo calórico que conduz a um baixo peso corporal, medo intenso de aumentar de peso ou de engordar, distorção da imagem corporal, com aumento do impacto do peso na autoimagem e a negação do impacto do baixo peso nas consequências médicas inerentes à restrição alimentar, nomeadamente: baixo peso, alterações ao nível cardiovascular (arritmias), endocrinológicas (amenorreia, hipotiroidismo), ósseas (osteopénia e fraturas recorrentes) e a nível cerebral (redução de volume cerebral com disfunção cognitiva associada). A sua prevalência é de cerca 1% no sexo feminino e 0,5% no sexo masculino, sendo a razão entre sexos de cerca de 1 homem para cada 8 mulheres. Embora possa surgir em qualquer faixa etária, tipicamente inicia-se na adolescência, sendo a idade mais comum de início entre os 14 e os 18 anos. A sua etiologia é multifatorial, envolvendo fatores genéticos, neurobiológicos, ambientais e sociais. Frequentemente surge em individúdos com marcados traços de perfeccionismo e um padrão de funcionamento cognitivo rígido e inflexível. O curso é bastante variável, podendo ocorrer ganho de peso e recaídas frequentes. Verifica-se uma mortalidade de cerca de 2% em adolescentes e 5% nos adultos.