Glossário
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Abasia incapacidade de andar por alterações da coordenação motora na marcha.

Abititomania compulsão por tomar banho repetidamente

Abstinência Alterações psicopatológicas que ocorrem devido à cessação (ou redução) da utilização prolongada de uma substância. Os sintomas que apresenta são diferentes dependendo da substância consumida.

Abulia diminuição acentuada da atividade mental e motora, da espontaneidade. A abulia surge por incapacidade ou falta de força de vontade e iniciativa para executar uma ação voluntária, apesar de poder existir o desejo de o fazer. Do ponto de vista neurobiológico, envolve alterações em circuitos cerebrais dopaminérgicos.

Abuso de substâncias Uso recorrente da substância, que resulta na incapacidade de cumprir obrigações pessoais ou profissionais, em dano físico importante ou em problemas legais recorrentes. Pode ocorrer em relação ao álcool ou drogas ilícitas como heroína, cocaína ou canibais e mesmo que ainda não esteja instalada uma dependência.

Acalculia perda da capacidade de efetuar operações e resolver problemas matemáticos, não sendo secundária a um estado de ansiedade, alterações da atenção ou concentração.

Acatisia refere-se a uma inquietação motora permanente, mais frequentemente dos membros inferiores, na qual o indivíduo não consegue estar quieto, dando origem a um mal-estar significativo. É um tipo de efeito extrapiramidal causado por défice de dopamina ao nível dos gânglios da base. Corresponde geralmente a um efeito secundário, após a introdução ou elevação da dose de um fármaco antidopaminérgico.

Aceleração do pensamento alteração do ritmo do pensamento que cursa com sensação subjetiva de aceleração no fluxo dos diferentes pensamentos e ideias. Encontra-se tipicamente na perturbação bipolar durante um episódio maníaco ou hipomaníaco.

Acerbofobia medo patológico de substâncias ácidas.

Acetil-Colina É um neurotransmissor muito associado aos processos de aquisição de conhecimento. Os medicamentos antidemenciais vão aumentar os níveis de acetil-colina no cérebro.

Acrofobia medo patológico de locais elevados.

Afasia perturbação da linguagem adquirida de origem neurológica, sendo geralmente secundária a doença cerebrovascular ou a patologia neurodegenerativa. Podem classificar-se como afasias fluentes e não fluentes ou recetivas, sensoriais ou de Wernicke e afasias de expressão, motoras ou de Broca.

Afecto Padrão de comportamentos observáveis que resultam da expressão de emoções. Consiste na resposta emocional do paciente em determinado momento segundo se pode inferir pela sua expressão global.

Afetos dizem respeito à expressão externa de estados emocionais complexos momentâneos e que desencadeiam reações corporais observáveis. Uma vez que têm uma componente dinâmica, os afetos podem ser descritos objetivamente no que diz respeito à amplitude, reatividade, mobilidade e intensidade afectiva.

Afetos superficiais perturbação da intensidade dos afetos em que há uma diminuição da intensidade dos afetos por distanciamento do indivíduo.

Afonia perturbação do discurso caracterizada por perda da capacidade de expressão vocal. Pode surgir na patologia laríngea, em disfunções neurológicas ou em algumas perturbações psiquiátricas, nomeadamente na perturbação conversiva.

Afrouxamento associativo alteração formal do pensamento na qual existe uma perda da normal associação entre as ideias. Caracteriza-se por um enfraquecimento das ligações lógicas entre os diferentes pensamentos, ocorrendo uma perda da tendência determinante do pensamento. É uma alteração típica da esquizofrenia, constituindo um dos sintomas fundamentais de Bleuler.

Agitação psicomotora conjunto de comportamentos caracterizados por aumento da excitabilidade global (física e psíquica), correspondendo a uma situação em que o indivíduo se apresenta irrequieto, com aumento da atividade motora não dirigida, sendo notória por vezes, um estado de tensão elevada com aumento da reatividade a estímulos externos e internos. É um sintoma inespecífico que pode surgir numa enorme variedade de situações clínicas, como intercorrências médico-cirúrgicas, ou em diversas problemas psiquiátricos como por exemplo na ansiedade, episódio psicótico, intoxicação aguda, síndrome de privação de álcool ou drogas, entre outros.

Agnosia incapacidade de reconhecer um objeto ou um símbolo na ausência de alterações das vias sensoriais correspondentes. Pode surgir associada às várias modalidades sensoriais, mas mais frequentemente à visual. Observa-se em diversas doenças neurológicas, nomeadamente em acidentes vasculares cerebrais (AVCs), afetando regiões dos lobos parietal e occipital.

Agorafobia Situação em que o paciente teme a multidão pelo medo de que não possa sair do meio dela caso se sinta mal. Muito associada aos episódios de pânico na Perturbação de Pânico.

Agrafia incapacidade de expressão sob a forma escrita, surgindo muitas vezes associada a afasias. É uma perturbação da linguagem que tem uma base neurológica.

Alexia perda da capacidade ou alteração da capacidade de leitura, em que geralmente se verifica um défice na compreensão da linguagem escrita, não justificável por qualquer défice sensorial, em particular, visua. Pode surgir associada a agrafia, geralmente fazendo parte de uma afasia. É tal como a agrafia, uma perturbação da linguagem que tem uma base neurológica.

Alexitimia Caracteriza-se por (a) dificuldades em identificar e descrever sentimentos subjectivos; (b) dificuldades em fazer distinção entre emoções e sensações físicas; (c) escassez de sonho e incapacidade de simbolizar ou fazer relação entre afecto e fantasia; (d) um estilo de raciocínio concreto e objectivo, voltado para a realidade externa. Este sintoma pode estar presente nalguns tipos de personalidade, tendo o seu conceito sido desenvolvido no contexto da psicossomática.

Algofobia medo patológico de sofrer sensações dolorosas.

Alienação do pensamento alterações da posse do pensamento em que o doente acredita que o seu pensamento pode ser controlado por forças externas ou por terceiros independentemente da sua vontade, inclui os fenómenos de roubo, difusão e inserção do pensamento.

Alucinação perturbação da percepção que consiste numa experiência perceptiva semelhante a uma percepção normal, vivenciada no espaço objectivo externo, sem que exista, no entanto, um objecto real na sua base.

Alucinações Corresponde a um sintoma psiquiátrico caracterizado pela convicção de ter uma percepção sem que exista um objecto exterior. Ou seja, a sensação de se ouvir um som (por exemplo uma voz), ver uma imagem, sem que haja algo real na sua base. Os pacientes dizem por exemplo que ouvem vozes quando sabemos que não existe ninguém presente a falar com eles. De acordo com a modalidade sensorial podem designar-se alucinações auditivas, visuais, olfactivas, gustativas, tácteis, cenestésicas (sensibilidade profunda, sensações provindas de dentro do corpo, por exemplo). É a mais frequente das perturbações psicóticas (perturbações em que estão presentes alucinações e delírios( como a esquizofrenia. Mas também pode estar presente noutras situações como a depressão grave, a perturbação bipolar ou até nas perturbações graves da personalidade. As alucinações que não são consideradas completas (isto é se os pacientes não as descrevem como vindo claramente do exterior), tomam o nome de pseudoalucinações.

Alucinações auditivas alucinações em que a modalidade sensorial afetada é a audição, podendo tomar a forma de alucinações elementares ou complexas. As alucinações auditivas elementares são por exemplo sons simples, assobios, apitos, que geralmente se associam a perturbações neurológicas ou a condições médicas agudas. Por outro lado as alucinações auditivas complexas, estão habitualmente associadas a perturbações psicóticas primárias, como a esquizofrenia, e consistem por exemplo em vozes ou melodias complexas. São particularmente características da esquizofrenia as alucinações caracterizadas pela audição de vozes que falam sobre o indivíduo na terceira pessoa, sob a forma de comentário que narra as suas ações, discutindo entre si, vozes que verbalizam os pensamentos do doente, no momento em que estes surgem (sonorização do pensamento) ou imediatamente após os mesmos terem acedido à sua consciência (eco do pensamento). Quando as alucinações auditivas têm um carácter imperativo, dando ordens ou instruções ao doente, são designadas como «vozes de comando».

Alucinações cenestésicas alucinações cujo conteúdo se relaciona com sensações corporais (envolvem o corpo e os seus órgãos), nas quais o indivíduo experiencia sensações viscerais que geralmente não são bizarras (por exemplo dor, distensão, sensação de peso), embora por vezes possam também ter carácter bizarro pela interpretação delirante que lhe é atribuída pelo doente.

Alucinações complexas a alucinações, geralmente na modalidade auditiva ou visual, em que os diferentes elementos que as constituem são elaborados e estruturados, por exemplo, a audição de vozes, música ou a visão de pessoas, animais ou objetos.

Alucinações elementares a alucinações, geralmente na modalidade auditiva ou visual, em que os diferentes elementos que as constituem são simples e elementares, com pouca estruturação, por exemplo, audição de sons simples, ruídos, apitos ou com a visão de formas geométricas básicas, luzes, cores, vultos.

Alucinações extracampinas Alucinações em que o fenómeno ocorre fora do limite do campo sensorial do indivíduo. No caso das alucinações visuais, estas ocorrem fora do seu campo de visão (por exemplo, ver alguém que se encontra atrás de si). Por sua vez, no caso das alucinações auditivas, estas ocorrem longe do que seria plausível ser audível (por exemplo, estar em Lisboa e ouvir vozes a falar sobre si no Porto). Podem surgir em doenças neurológicas, como na epilepsia, em perturbações psiquiátricas, como na esquizofrenia ou em perturbações mentais secundárias a patologia orgânica.

Alucinações funcionais a alucinação só ocorre em simultâneo com uma perceção verdadeira na mesma modalidade sensorial, como por exemplo, apenas surgir atividade alucinatória auditiva quando se ouve outro som em simultâneo como água a correr.

Alucinações hipnagógicas experiências alucinatórias que ocorrem ao adormecer, podendo ser na modalidade visual, somatossensorial (sensação de estar «fora do corpo») ou auditiva. Estão associadas à narcolepsia (situação em que também podem ocorrer alucinações hipnopômpicas), à cataplexia e à paralisia do sono. Apesar de serem verdadeiros fenómenos alucinatórios, não apresentam necessariamente significado patológico, podendo ocorrer em indivíduos sem qualquer patologia.

Alucinações hipnopômpicas experiências alucinatórias que ocorrem associadas ao acordar, mais frequentemente na modalidade auditiva, embora possam afetar qualquer um dos sentidos. São menos frequentes que as alucinações hipnagógicas, podendo também surgir associadas a narcolepsia. Apesar de serem verdadeiros fenómenos alucinatórios não apresentam necessariamente significado patológico, surgindo em indivíduos sem qualquer patologia.

Alucinações reflexas Fenómeno alucinatório que constitui uma forma patológica de sinestesia em que um estímulo real numa determinada modalidade sensorial desencadeia uma alucinação numa modalidade sensorial distinta. À semelhança das alucinações funcionais (ver Alucinações funcionais), apesar de poderem ocorrer em doentes com perturbações psiquiátricas (por exemplo, na esquizofrenia) ou em intoxicações agudas com subs-tâncias psicoativas e, portanto, terem significado patológico, não têm implicações diagnósticas específicas (Casey & Kelly, 2007; Oyebode, 2018).

Amnésia anterógrada Amnésia em que se verifica uma alteração na capacidade de adquirir e reter novas informações, ou seja, há uma incapacidade de aprender ou formar novas memórias, após o início da doença ou lesão que esteve na sua origem.

Amnésia retrógrada Amnésia em que se verifica uma alteração na capacidade de recordar eventos e outras informações retidas previamente ao início da doença ou lesão que esteve na sua origem.

Anedonia Incapacidade para experimentar prazer, sintoma comum na depressão major, o doente refere não ter prazer em actividades que habitualmente lhe proporcionavam este sentimento. Por exemplo, poderá dizer que ler um livro ou ver um programa não lhe dá o prazer que sentia habitualmente. Ocorre frequentemente na depressão mas também pode estar presente na esquizofrenia (como sintoma negativo).

Angústia Os termos ansiedade e angústia são usados quase indistintamente. No entanto, enquanto a primeira está mais relacionada com um componente psíquico, a segunda associa-se mais com um componente corporal.

Anorexia Diminuição ou perda de apetite. É um sintoma inespecífico e um fenómeno complexo que engloba diferentes fatores (incluindo médicos, socioculturais e de natureza voluntária) que contribuem para o desenvolvimento de alterações do apetite. Pode surgir em várias patologias (neoplasias, infeções, depressão, anorexia nervosa, entre outras), apresentando etiologias e fisiopatologias diversas.

Anorexia nervosa perturbação do comportamento alimentar, que inclui restrição voluntária do consumo calórico que conduz a um baixo peso corporal, medo intenso de aumentar de peso ou de engordar, distorção da imagem corporal, com aumento do impacto do peso na autoimagem e a negação do impacto do baixo peso nas consequências médicas inerentes à restrição alimentar, nomeadamente: baixo peso, alterações ao nível cardiovascular (arritmias), endocrinológicas (amenorreia, hipotiroidismo), ósseas (osteopénia e fraturas recorrentes) e a nível cerebral (redução de volume cerebral com disfunção cognitiva associada). A sua prevalência é de cerca 1% no sexo feminino e 0,5% no sexo masculino, sendo a razão entre sexos de cerca de 1 homem para cada 8 mulheres. Embora possa surgir em qualquer faixa etária, tipicamente inicia-se na adolescência, sendo a idade mais comum de início entre os 14 e os 18 anos. A sua etiologia é multifatorial, envolvendo fatores genéticos, neurobiológicos, ambientais e sociais. Frequentemente surge em individúdos com marcados traços de perfeccionismo e um padrão de funcionamento cognitivo rígido e inflexível. O curso é bastante variável, podendo ocorrer ganho de peso e recaídas frequentes. Verifica-se uma mortalidade de cerca de 2% em adolescentes e 5% nos adultos.

Ansiedade estado emocional que surge como uma resposta normal ao perigo real ou imaginado, caracterizado por sintomas psicológicos, como, tensão, apreensão, inquietação, hipervigília e por sintomas físicos secundários à ativação do sistema nervoso autónomo (tremor, palpitações, náuseas, taquipneia, entre outros). A ansiedade pode ser normal ou fisiológica (tendo um caracter adaptativo, por exemplo ficar ansioso perante um perigo real, como um incêndio). No entanto, a ansiedade também pode ser patológica, se ocorrer sem estímulo aparente, ou se a sua intensidade tiver níveis desproporcionalmente elevados em relação à causa subjacente, originado uma incapacidade socioprofissional relevante ou um sofrimento individual significativo.

Antidemenciais Fármacos utilizados para evitar a evolução e reduzir a gravidade das demência. Os iniciadores da Acetil-Colinesterase (donepezilo, rivastigmina, galantamina) inibem a acetil-colinesterase, uma enzima que destrói a axetil-colina (neurotransmissor essencial para os processos cognitivos). Estes estão disponíveis em comprimidos e alguns deles em solução oral e mesmo em sistema transdérmico, no caso da rivastigmina (autocolante com o princípio activo que vai libertando o fármacos através do contacto com a pele). Esta última forma de administração é particularmente útil nos pacientes que se recusam a tomar medicação oral. Antidepressivos - Nos dois primeiros grupos estão medicamentos mais antigos. Os antidepressivos tricíclicos, são descritos como os antidepressivos mais eficazes de sempre, embora possam ter alguns efeitos secundários como boca seca e obstipação. A clomipramina é o mais utilizado. Além de ser útil no tratamento depressão também pode ser usado na ansiedade grave e na perturbação obsessiva compulsiva. Os inibidores da monoaminoaxidase são fármacos muito pouco usados, pelos grandes efeitos secundários. Os outros grupos são os mais recentes e os mais utilizados por serem muito bem tolerados (poucos efeitos secundários). Os ISRS são de todos os mais prescritos. São a primeira linha de todos os antidepressivos. Não têm praticamente efeitos secundários à excepção de náuseas nos primeiros dias e alterações da libido. Estes efeitos tendem a desaparecer ao longo do tratamento. São também muito utilizados além da depressão para o tratamento da ansiedade, da perturbação obsessiva compulsiva (POC) (em doses altas), da bulimia (a fluoxetina em doses altas). Entre estes são mais estimulantes a fluoxetina e a sertralina, e mais sedativos a paroxetina e a fluvoxamina, podendo isso ser útil para os casos particulares tratados. Os ISRND são antidepressivos também muito eficazes. Utilizados sobretudo nos casos em que a apatia e falta de energia supera o estado de ansiedade porque são muito activadores. Também usados quando a falta de libido é um problema com os ISRS. Os IRSN são geralmente o segundo passo a dar aquando do tratamento de uma depressão. Quando os ISRS não são eficazes, estes podem constituir a diferença e atingir bons resultados. Os outros antidepressivos apresentados têm um modo de acção mais complexo activando em parte o sistema serotoninergico. A mirtazapina é um antidepressivo muito eficaz mas muito sedativo e por isso usado também para tratar a insónia, tem um efeito (que pode ser considerado negativo ou noutros casos positivo) que é o grande aumento de apetite com consequente aumento de peso. A trazodona não tem sido tão utilizada como antidepressivo mas sim como um eficaz indutor do sono.

Antipsicóticos Os antipsicóticos foram desenvolvidos especialmente para o tratamento da esquizofrenia. No entanto também são úteis para o tratamento de outras perturbações psicóticas (outras perturbações psiquiátricas com alucinações ou delírios, entre as quais se destacam as depressões ou a mania psicóticas ou os casos de delirium- síndromas confusionais com sintomas psicoticos). Os mais antigos são denominados típicos e apresentam mais efeitos secundarios extrapiramidais que os mais recentes denominados atípicos. O efeito secundários extrapiramidais correspondem a sintomas motores (rigidez dos movimentos, tremores, dificuldade em estar parado) e em casos de sobredosagem podem levar a situações graves. O tratamento destes sintomas pode ser feito utilizando doses baixas dos medicamentos ou adicionando um medicamento compensatório o Biperideno (Akineton®). Em relação aos antipsicóticos atípicos em geral estes tem menos efeitos extrapiramidais (sendo a risperidona o atipico que mais apresenta este tipo de efeitos). No entanto eles podem associar-se a outro tipo de efeitos secundários, os metabólicos. Estes correspondem ao aumento de peso, aumento do colesterol e triglicéridos, que se pode associar sobretudo a alguns medicamentos deste grupo (clozapina e olanzapina em maior grau, e em menor grau quetiapina, risperidona, paliperidona). A ziprasidona e o aripiprazol são os que apresentam menos estes efeitos secundários. O seu principal mecanismo de acção é bloquear os receptores D2 da dopamina que se pensa estarem na base dos sintomas psicóticos (alucinações e delirios (ver)). Os antipsicóticos atípicos também actuam a nível dos sintomas mais negativos da esquizofrenia (embotamento (ver), anedonia (ver), apatia (ver)). Embora a principal indicação destes medicamentos seja a esquizofrenia e outras perturbações psicótica, também podem estar indicadas como estabilizadoras de humor (previnem a alternância de crises de mania e de depressão, na perturbação bipolar). Devido ao seu potencial sedativo podem também usar-se em casos de agitação psicomotora e ansiedade grave.

Apatia Perda de interesse pelas actividades habituais.

Atenção A atenção refere-se à orientação da actividade psíquica sobre determinado estímulo, objecto ou evento

Autismo - Caracteriza-se por um desenvolvimento acentuadamente anormal ou deficitário da interacção e comunicação social e um repertório restritivo de actividades e interesses. São três os principais grupos de sintomas: Défices qualitativos na interacção social: Os pacientes apresentam um défice no uso de comportamentos não verbais (como contacto ocular, expressão facial, postura corporal e gestos) reguladores da actividade social, bem como da tendência em partilhar com os outros prazeres, interesses ou objectivos, com consequente incapacidade para participar em actividades sociais (preferindo actividades solitarias) e estabelecer relações interpessoais. Défices qualitativos na comunicação verbal também pode ser acentuado, com um atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem oral, podendo por vezes usar a linguagem de forma repetitiva e ideossincratica. Padrões de interesses e actividades restritos, repetitivos e estereotipados: Há preocupação absorvente por um dos comportamentos ou interesses repetitivos e ideossincráticos, actividade motora estereotipada e repetitiva (por exemplo sacudir ou rodar as mãos ou dedos). Muitas vezes está presente um grau de deficiência mental. Podem no entanto estar presentes capacidades especiais, por exemplo uma facilidade progigiosa em fazer cálculos. Podem também frequentemente apresentar episódios de agitação com agressividade contra si ou contra os outros e impulsividade. O tratamento do autismo envolve intervenções psicoeducacionais, orientação familiar, desenvolvimento da linguagem e/ou comunicação. O recomendado é que uma equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um programa de intervenção orientado a satisfazer as necessidades particulares a cada indivíduo. Desta equipa deverão fazer parte médicos psiquiatras, psicólogos, terapeutas da fala e fisioterapeutas. A agressividade contra si ou contra os outros e impulsividade pode necessitar de medicamentos que a controlem.

Autocrítica Sinónimo de insight.